Vídeos impressionantes (assista no fim do texto) que circulam nas redes sociais mostram filas de carros de funerárias aguardando para sepultamento de pessoas em Manaus. O Amazonas é o estado brasileiro com o maior número de contaminados por 100 mil habitantes.
Na última sexta-feira (17), dezenas de covas haviam sido abertas no cemitério para atender o aumento na demanda provocado pelas mortes por Covid-19. Não foi o suficiente.
Nesta terça-feira (21), a prefeitura trabalha na abertura de valas comuns para enterrar vítimas do novo coronavírus no cemitério público Nossa Senhora Aparecida.
Além disso, contêineres frigoríficos foram instalados no cemitério para comportar a alta demanda de caixões que estão sendo enviados de hospitais públicos da capital.
Cartórios de Manaus também estenderam o regime de plantão para atender a alta demanda de registros de óbito.
“Sistema de trincheiras”
A Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) adotou o sistema de trincheiras para realizar o enterro das vítimas de Covid-19 em Manaus.
“A metodologia, já utilizada em outros países, preserva a identidade dos corpos e os laços familiares, com o distanciamento entre os caixões e com a identificação das sepulturas. A medida foi necessária para atender a demanda de sepultamentos na capital”, disse a Secretaria, em nota.
Sobre os contêineres frigoríficos, a Semulsp comunicou: “As câmaras refrigeradas estão sendo utilizadas para o armazenamento dos caixões, enquanto os familiares aguardam o momento do enterro, sem a necessidade do veículo do SOS Funeral ficar aguardando a liberação, já podendo retornar à base para novo chamado”.
As imagens repercutiram nas redes sociais. “O prefeito de Manaus diz que os enterros diários quadruplicaram. A essa altura, o Brasil já deve ter perto de 100.000 casos e 10.000 mortes. Basta pesquisar nos cartórios, cemitérios e falar com o pessoal da saúde. Esses são os números que o governo Bolsonaro não quer que sejam divulgados, para que seus apoiadores continuem nas ruas dando suporte à loucura”.