A petição apresentada pela defesa do ex-presidente Lula, nesta segunda-feira (22/2), ao Supremo Tribunal Federal revela que os procuradores da República de Curitiba promoveram devassas em escritórios de advocacia com quem litigavam.
Às empresas que dependiam do MPF para firmar acordos de colaboração ou leniência, os procuradores exigiam os contratos feitos com advogados — que não tinham qualquer relação com os eventos investigados na apelidada “lava jato”.
Esses documentos foram usados como moeda de troca pelo Ministério Público Federal com empresas que dependiam de certidões para manter suas atividades. Os contratos serviram de trunfo para amedrontar advogados. Em alguns casos, foram atrás dos clientes dos escritórios.
“Não bastava não ter o juiz”, sintetiza o presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, “era preciso que não houvesse defesa também”. Além dos contratos, os procuradores contaram também com ajuda clandestina da Receita Federal. (…)
A aposta mais ousada, contudo, foi a tentativa de comprometer o presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz. Os procuradores da irritam-se pela falta de apoio da entidade à “santa inquisição” e reclamam da falta de uma manifestação de Santa Cruz contra um “advogado de esquerda” que teria sido preso. Pouco tempo depois, o MPF tentaria envolver, falsamente, Santa Cruz em um imbróglio inconsistente.